É urgente reconhecer a importância da educação de infância!

O pré-escolar, ainda, não tem um currículo definido como nos restantes ciclos (felizmente!). É mais fácil? Pelo contrário, os educadores tornam-se verdadeiros observadores do grupo que têm à sua responsabilidade, estabelecem prioridades que tendem a responder às necessidades específicas de cada criança, tornando então o currículo único, específico de cada grupo, ou pelo menos assim deveria ser. Baseados nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar, reconhecem as potencialidades e os interesses de cada um, definindo um caminho a seguir, em que, educadores e crianças se tornam verdadeiros companheiros de aprendizagem, de caminho, de planificação, de ação e de avaliação. Tornam-se construtores e gestores de intenções extremamente ricas que valorizam, de forma holística cada um daqueles pequenos.

De facto, olhar para a educação pré-escolar é saber que se está para os alunos, para as crianças, é saber que se está disponível ao que nos dizem e ao que fazem, é saber que se está atento e desperto para cada provocação, para cada chamada de atenção. É tornar real o conceito, escuta ativa, valorizando toda a bagagem que carregam, o contexto em que estão e todo o percurso que vai sendo construído em prol de um interesse único, o aluno.

Devemos, cada vez mais, assumir práticas de envolvência, ligadas à emoção, à criação de relação entre seres humanos, à positividade, ao interesse e à curiosidade, ao saber estar e ao estarmos disponíveis para criarmos momentos autênticos de aprendizagem cooperada e não de aprendizagem autoritária.

As salas aprisionam as mentes, a curiosidade, o saber estar e o espírito crítico. As salas tornam-se verdadeiras clausuras abstraindo-se das aprendizagens além sala. Prefere-se o conhecimento teórico, abstraindo-se do facto de se ter uma geração prática, que vive o espaço exterior de um modo protegido e sem risco ou aventura. E tanto há lá fora para aprender, através da educação de infância e de qualquer outro ciclo.

Tanto há a aprender… quando a educação de infância reconhece o espaço exterior como mais um espaço de oportunidades, de conhecimentos, de vivências, de ousadias, de explorações e de aquisições fundamentais, de relação social, de se permitir que sejam crianças, agentes conhecedores e ativos do seu crescimento.

Se desvendassem um pouco da educação de infância, descobririam o que nos faz ousar e reconhecer a nossa necessidade de adequar a prática de forma constante, olhando para cada tema, para cada atividade, para cada desafio, de um modo articulado, flexível, em que nada é estanque, em que nada se torna um caminho de sentido único, mas sim, num emaranhado de caminhos, consoante os diferentes interesses.

Os educadores de infância não são heróis, não são os melhores, mas há uma garantia, há muito a aprender com eles. Assumimos práticas em que a flexibilidade, a articulação, a relação, a positividade, a afetividade, a individualidade, o interesse, a curiosidade, o espírito crítico se tornam fundamentais, em que a ousadia se vive, em que o desafio é constante, em que o respeito por cada um, é lei.

Há tanto a aprender com o pré-escolar… é um facto, não se fazem testes, mas tornam-se as aprendizagens que realizam momentos lúdicos, em que, a brincar, se adquirem conhecimentos específicos e complexos, mas mais do que atingir um resultado, valoriza-se sobretudo o caminho que percorreram!

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