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Tantas prioridades estabelecidas ao longo do dia, mas tão pouco coerentes, tão pouco direcionadas aos principais interessados! As crianças…

A sua curiosidade inata, leva-os a criar sem qualquer esforço; leva-os a viver e a sentir cada pedaço de oportunidade, leva-os a crescer alicerçados no seu interesse, na sua curiosidade, motivação e empenho. Leva-os a aliar os conceitos de aprendizagem e desenvolvimento, de um modo tão simples e tão natural, as conquistas que vão alcançando e os desafios que vão ultrapassando,

A sociedade não reconhece, de forma fácil, que o brincar assume um significado de aprendizagem tal, que ao longo desse processo, desenvolvem tudo aquilo que, esforçadamente, pais, educadores e auxiliares, tentam proporcionar.

No pré- escolar da Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro tentamos que o espaço exterior torne cada experiência uma aventura.

As mãos sujas de lama, as roupas sujas de terra ou molhadas, as caras com terra é o reflexo de que rebolaram e que, tudo isto, foi resultado de uma exploração fabulosa pelo mundo da rua, da imaginação, da criação, da aventura, de brincar ao ar livre… pelo mundo do ser criança no exterior.

Mas quantas vezes, em contexto de escola, ouvimos: “Estás todo sujo” ou “O meu filho ficou todo sujo, não tenho mais nada para fazer, do que andar a comprar roupa”…

Quão imaturos somos, ao priorizamos as roupas e o seu estado, ao invés de priorizarmos o crescimento saudável e feliz das crianças. As roupas tornam-se pequenas, mas as crianças continuam a crescer e precisam de sentir cada pedaço de oportunidades, viver cada canto, cada esquina que espreita lá fora, cada oportunidade de exploração, para os tornar crianças felizes e audazes.

A resposta é simples, “Se o seu filho está sujo, fique feliz por isso. É sinal de que esteve a brincar na rua e que saiu das paredes que lhe fecham a imaginação, a criatividade e a liberdade, a felicidade de ser criança. É sinal de que experimentou rebolar, rastejar, cair…é sinal de que se levantou e que resolveu problemas que não resolveria na sala! Quanta alegria é aquela que sentem, quando na rua podem comunicar com as plantas, com os animais, com a terra, com a água, com o ar, com outras crianças, ou até mesmo, quando brincam sozinhos e verbalizam o que sentem e o que pensam durante a brincadeira.

É, “só”, sinal de que NÒS adultos responsáveis educadores e auxiliares, valorizamos a rua e fazem questão de que eles a aproveitem.

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